A recente imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre frutas tropicais brasileiras, em especial a manga, tem gerado grande preocupação em Juazeiro, cidade que se destaca como um dos principais polos exportadores de frutas do Brasil. O setor de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, do qual o município faz parte, é vital para a economia local, sendo responsável por 260 mil empregos diretos e 960 mil indiretos.
A manga do Vale do São Francisco é reconhecida por sua qualidade e por abastecer o mercado internacional durante a entressafra de outros países, tornando os EUA um destino estratégico para as exportações brasileiras. Em 2024, Juazeiro foi responsável pela exportação de 111,6 mil toneladas de mangas, gerando uma receita de US$ 156,3 milhões.
Segundo reportagem do UOL, os EUA aplicaram sobretaxas às mangas brasileiras, alegando práticas de subsídios. A prefeitura de Juazeiro manifesta grande preocupação com o cenário e tem dialogado com os setores produtivos da região. Walterson Ramos, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda/ADEER enfatiza os riscos.
“A aplicação dessas tarifas pode reduzir significativamente a competitividade da nossa manga em um mercado tão importante como o americano, favorecendo concorrentes de países com acordos preferenciais, como México e nações da América Central”, Ramos complementa que a estimativa é de uma queda de até 20% nas vendas externas de manga para os EUA, o que impactará diretamente a receita dos produtores e a geração de empregos.
O prefeito Andrei Gonçalves, que já designou as agências de Desenvolvimento Rural/ADR e de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda/ADEER para acompanharem os cenários de perto e dialogarem com o setor produtivo, reforça a seriedade da situação para o município. “Juazeiro, como um hub logístico e produtor de frutas de qualidade, sente diretamente o peso dessas medidas. Estamos falando de um setor que sustenta milhares de famílias em nossa região. A redução nas exportações de manga não significa apenas uma queda na receita, mas também uma ameaça aos empregos, especialmente os sazonais, e aos investimentos em nossa fruticultura irrigada”.
A prefeitura, em conjunto com entidades do setor, busca alternativas e articulações para minimizar os impactos do “tarifaço” e garantir a sustentabilidade da fruticultura local diante desse novo desafio estratégico.
Ascom PMJ
