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Um Sopro de Bossa na brisa do rio: A arte de João Gilberto é celebrada por grandes nomes no primeiro dia do Festival A Bossa

Com uma multidão ocupando cada cantinho da Orla II de Juazeiro e uma atmosfera inebriante, nasceu, oficialmente, o Festival A Bossa- de João e do Rio, que tornou real o desejo de homenagear com arte, beleza e perfeição, o legado do gênio juazeirense, João Gilberto. Conhecido por seu perfeccionismo e entrega, o Pai da Bossa Nova se uniu em espírito ao rio, que dançava através de sua correnteza silenciosa, embalado por grandes vozes da música popular brasileira.

A noite, que já entrou para a história como o início de uma nova tradição musical em Juazeiro, começou com ninguém mais, ninguém menos, que o pernambucano Lenine, que, com seu jeito único de viver o palco, envolveu o público, passeando por canções imortais de sua trajetória. O som avassalador ecoava pela Orla II alcançando uma multidão fascinada. Lenine, que disse só precisar de um palco para ser quem realmente é, dançou e se entregou ao Festival A Bossa como se ali, naquele espaço, fosse a sua casa. Por algum tempo, foi.

Lenine não escondeu a alegria de poder cantar com o Rio São Francisco ao lado e declarou seu amor a João Gilberto explicando a importância da bossa nova no seu fazer artístico. “Em um dia de lançamento de um novo trabalho, eu estou aqui trabalhando na beira do Chico e estou muito feliz”. Questionado sobre a influência da bossa na sua música, o artista não pode ser mais certeiro. “Tudo que eu ouço me toca e tudo que me toca de alguma maneira vai no que eu faço, então, sim, a bossa nova também me impregnou de coisas boas”, destacou o artista.

O show de Lenine foi a realização de um sonho para Gabriela Cavalcante, que é professora no município e amante de MPB. “O Festival está maravilhoso, sempre foi meu sonho ir a um show do Lenine e eu já estou esperando por Vanessa da Mata no domingo. Eu espero que vire tradição”, disse.

E se a noite já estava mágica, o cantor e violonista Roberto Menescal, grande nome da MPB e cofundador da bossa nova, entregou, ao lado de Theo Bial, promessa da nova MPB, um momento nostálgico, belo e delicado em sua presença no palco. Sentado com seu violão e diante de uma partitura, Menescal trouxe à memória vivências e histórias inesquecíveis, em um momento de pura emoção e sensibilidade. Quem ouvia Theo e Menescal, ouvia como quem sonha, entre Garota de Ipanema, Corcovado e outros tantos clássicos, a dupla encerrou sua participação com “Chega de Saudade”, música de Tom Jobim e Vinícios de Morais, que faz parte do álbum homônimo, que marcou a estreia de João Gilberto na música e o marco inicial da Bossa Nova.

Menescal não escondeu a emoção ao falar do grande amigo João, que foi seu companheiro na arte e na grande revolução musical que foi o início da bossa nova. Com voz suave e olhos chorosos, o músico declarou seu carinho pelo amigo. “É um prazer estar na terra do João Gilberto. Foi ele que nos trouxe essa coisa toda, por isso nós estamos aqui. É muita emoção relembrar tudo que a gente passou juntos, né? Eu tive sorte de fazer tanta coisa junto e ele permitisse que fizéssemos um movimento musical tão bonito”, disse o instrumentista que brilhou em cada letra e acorde.

Theo Bial também declarou sua admiração pelo juazeirense mais ilustre e falou da alegria de cantar em sua casa. “Sou apaixonado pela bossa nova e grande fã do João Gilberto, apaixonado por tudo que ele fez e sempre quis conhecer Juazeiro e estou conhecendo e fazendo um show, pra mim está sendo muito especial e é uma honra cantar esse repertório aqui e homenagear João Gilberto “, declarou.

Maurício Dias, nosso Mauriçola, foi a terceira atração a subir ao palco. Um filho amado de Juazeiro, que leva em cada acorde regionalidade, brasilidade e personalidade. Ele e seu violão, amigos inseparáveis, continuaram fazendo ecoar o canto bonito e cheio de bossa. Além de suas canções, Mauriçola também cantou sucessos da música popular brasileira.

Para Mauriçola, o Festival A Bossa é a porta de entrada para outros grandes movimentos artísticos que podem acontecer em Juazeiro. “Para mim, o Festival A Bossa é um fato histórico. Juazeiro está vivendo um momento extraordinário, novo, se colocando no cenário dos grandes eventos”, explicou orgulho.

O encerramento da primeira noite do Festival A Bossa ficou a cargo do acordeonista Silas França. Silas não nega o impacto da obra de João Gilberto em sua carreira e abraçou o desafio de cantar homenageando o artista como um privilégio. Com seu acordeon, o músico passeou por diversos ritmos, mas o toque pessoal e a identidade regional permaneceram fazendo do encerramento uma celebração à nossa amada Juazeiro e tudo que ela representa.

A Bossa Nova não nasceu em Juazeiro, mas foi formada e alimentada na infância de um certo João, terra onde ele ganhou seu primeiro violão, instrumento que foi sua paixão, seu tesouro mais precioso. João, que se tornou o João Gilberto gênio, João Gilberto da batida diferente, das mãos inquietantes, da levada uniforme, João Gilberto que é do mundo, mas tem suas raízes na cidade que tem nome de árvore. A cidade que fez de uma noite de fim de novembro uma celebração do que é bonito, a celebração de um homem e de um dos mais importantes movimentos da música brasileira e mundial. A Bossa é do Mundo e Juazeiro, com o Festival A Bossa, se coloca como estandarte de seus acordes.

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