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Homenagem da Prefeitura a João Gilberto, na última terça (10), com presença da família ainda repercute no Vale do São Francisco

“João amava Juazeiro. Ele sentia saudade da carne de bode e gostava de tudo. Chegava aqui e sentia como se estivesse tomando uma benção. Era como voltar às suas raízes”, assim lembrou Cláudia Faissol, ex-esposa do pai da bossa nova, ao percorrer os cômodos da casa onde ele nasceu, hoje transformada em Memorial. Ela estava na exposição em homenagem ao músico, promovida pela Prefeitura de Juazeiro, sua cidade natal, como parte da programação especial para o aniversário do artista.

Entre os visitantes estavam outros membros da família Gilberto, com destaques à neta Sofia, que foi atração principal do sarau “A tardinha Cai”, realizado também em frente à antiga casa, e à filha caçula do cantor, Luísa Carolina. Mas, para fazer todo o evento acontecer, ainda ao nascer do dia, a equipe da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes/Seculte já estava de pé, preparando cada detalhe.

Às oito em ponto, os portões da antiga casa onde o artista nasceu, na Praça da Bandeira, se abriram. E a cidade começou a entrar aos poucos: estudantes de uniforme, crianças curiosas e fãs discretos chegavam. Logo cedo, uma contadora de histórias recebia os pequenos com voz doce, trazendo à vida os dias em que João transformava o quintal em palco. Joaquim Carvalho, aluno da escola Educare, teve acesso à história do artista pela primeira vez. “Eu não conhecia ele. Agora sei que João era um músico da cidade e achei muito legal. Estou gostando muito da exposição”.

Os visitantes percorreram cômodos onde o tempo parecia ter pausado. Por lá havia móveis antigos, vestes de João e pinturas e esculturas em alusão à bossa nova se espalharam por cada canto. No Memorial, também há uma exposição com a história do artista.

Sofia Gilberto passeava por lá com sua mãe, conhecendo os detalhes da residência e reconhecendo algumas pessoas nas fotos. Além da visita, ela deu vida a alguns dos momentos mais comoventes do dia. A pequena, de nove anos, visitou a Escola de Educação Integral Professora Iracema da Paixão, onde tocou com a orquestra mirim da escola. Com seus pequenos dedos, as crianças acompanhavam a neta de João em canções como “Chega de Saudade”.

No fim da tarde, quando o sol se curvava sobre o São Francisco, começou o sarau “A tardinha cai”, armado em frente ao Memorial. Subiram ao palco nomes da cena local, como Maurício Dias, Silas França, Edésio Cesar, Mádara Bitencourt e Guilherme Barbosa, de 14 anos, neto do músico Jorge da banda Mirage. Luísa Gilberto, filha caçula de João, também participou, cantando baixinho, como quem conversa com o pai. Já Sofia voltou à cena para lançar Garota Bossa Nova, seu álbum de estreia, entre palmas e olhos marejados. Outro visiitante que também deu birlho ao evento foi o acordeonista Geo Barbosa.

Nos bastidores, a equipe da Seculte seguia firme, mas com o coração leve. A exposição interativa, o acolhimento da família, a visita às escolas, os ajustes de última hora: tudo aconteceu como precisava acontecer. Porque João não era só música, era também o cuidado com o tempo, a beleza, o simples e o silêncio entre uma nota e outra.

“João Gilberto é um artista juazeirense que tem muito respeito no mundo inteiro. Esse sarau é um passo importante para que Juazeiro conheça e valorize, cada vez mais, esse gênio que nasceu aqui”, ressaltou o superintendente de Cultura João Leopoldo. O secretário interino da Seculte, Brejnev Santana, também celebrou o momento: “Convidar o público a vivenciar o memorial e prestar essa homenagem ao lado da família de João foi uma demonstração de profundo afeto, além de representar um compromisso importante assumido pela Secretaria Municipal de Cultura”, acrescentou.


Ascom PMJ – Layla Shasta

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